Estava voltando do supermercado quando encontrei uma conhecida. Temos uma colega em comum, que mudou de cidade a uns 3 anos. Eu lembro do quão infeliz e frustrada ela estava com tudo: vida profissional, moradia, vida financeira. Não suportava mais a cidade. Não darei detalhes pra não identificar a pessoa, mas lembro de ter percebido que ela estava frustrada com o passado e foi carregando tudo pro presente. Quando ela falou da mudança eu sugeri que ela ficasse e só mudasse de vizinhança, mas ela estava determinada.
Falei sobre o trabalho dela, mas nada adiantou e eu comecei a calar e deixar de aconselhar, sugerir. Ela estava determinada de que a mudança de cidade, mais perto de alguns familiares, ia melhorar a qualidade de vida de vida. Comentava dos projetos que ela realizaria na cidade natal, além de outros planos. A conhecida, que eu encontrei na volta do supermercado, disse que ela estava infeliz do mesmo jeito e que nada do que ela havia planejado tinha acontecido. Ambas eram muito amigas.
Pra resumir, a última notícia que tive foi que ela estava muito arrependida e disse a seguinte frase:
“Eu era feliz e não sabia.”
E foi nessa frase que eu me apeguei. Quanta infelicidade a gente passa por acreditar que certas situações e mudanças nos trarão paz e, na verdade, a bagunça tá dentro da gente. Se não resolver o que tá na mente, o que machuca a alma, nada vai trazer tranquilidade. Eu sempre somatizo tudo no corpo e às vezes adoeço. Há dois meses atrás tive uma gripe tão forte que fiquei preocupada. A dor de garganta era algo que eu não lembro de ter experimentado na vida. Uma dor enlouquecedora. Quando fui ao médico ele me pediu pra cuidar da mente. Ele percebeu que eu estava somatizando e eu sabia disso.
O fato é que sempre estamos em busca de algo melhor, de qualidade de vida. Mas o que de fato é nosso? O quanto é externo, aparência, falsos desejos que não vão curar as dores e angústias da alma? Qual é a sua desculpa pra manter essa infelicidade? Se a alma estiver doente, não é a bolsa, o salário mensal bacana ou um companheiro (a) que vai suprir a carência e o desespero. Conheci uma pessoa muito incrível, tanto ela quanto o esposo. O casamento ia bem, mas ela estava muito acima do peso e tinha um sonho, que ela condicionava a não realização ao excesso de peso e as, digamos, atribulações da vida moderna.
Surgiu a oportunidade de mudar de cidade com o esposo e ela fez mil planos e acreditava que estar em uma cidade menor traria paz, tranquilidade e a resolução de algumas situações. A um tempo atrás vi umas fotos no Facebook e percebi que nada havia mudado. Tenho pensado a muito tempo, inclusive colocado como resolução para 2017, de não condicionar situações ou fatos, a realizações. Por exemplo: quando eu conseguir comprar uma bicicleta, vou me exercitar no final do dia e nos fins de semana. Pode até ser, mas a chance de você deixar sua bicicleta encostada é grande.
Se você mantiver um ritmo de atividade física, mesmo sem a bicicleta, eu acredito que você dê continuidade quando comprá-la. Agora se você não fizer nada e condicionar o início da atividade a compra da bicicleta ou, quando tiver dinheiro pra pagar a academia, tenho certeza que você não fará nada além de gastar dinheiro quando essas oportunidades surgirem.
Então, pra você não achar que era feliz e não sabia, tente perceber mais o presente e saborear a vida do jeito que está. Não é ficar alheio às situações, mas perceber o que tem de bom acontecendo e ser grato ao invés de focar só no lado ruim. Significa também reconhecer o que de fato não está bom e agir pra modificar a situação. Pense nisso, ok? Leve sua vida a sério e cuide bem do seu emocional, invista pesado nele. Eu tenho certeza de que muita coisa boa vai acontecer na sua vida.